Este impacto é assimétrico, porque os níveis e tipos de dependência são distintos face às várias tendências políticas, sendo óbvio que terá um maior impacto nos partidos que mais nomeiam para o aparelho do Estado ou que mais se relacionam com classes sociais e profissionais que dependem de acordos ou contratos, mesmo que indirectos, com o sector público e que, naturalmente, não querem desagradar a quem tem poder decisório capaz de os impactar.
Será, portanto, expectável, que as sondagens favoreçam partidos ligados ao poder, mesmo que indirectamente, e que tenham tendências mais estatizantes, e que, consequentemente, terão as suas expectativas frustradas no dia das eleições, quando os resultados, inevitavelmente, se afastam do previsto.
Acresce o que podemos considerar como socialmente aceite, nas mais diversas áreas, o que pode reduzir os números de partidos ou movimentos que defendam posições social ou culturalmente menos comuns, eventualmente associadas com tendências mais extremistas, com as quais os seus adeptos podem não querer identificar-se publicamente.
É de notar que, podendo não responder, essa será uma opção mais espectável do que proporcionar respostas que não correspodem às reais opções, pelo que teremos uma amostragem que, tecnicamente correcta em termos da amostra, com uma distribuição correcta nos seus vários parâmetros, não traduz a realidade do pensamento geral, facto que é virtualmente indetectável pelos técnicos, mas que merece ser apreciada por cientistas sociais.
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