Quem conhece o tecido empresarial tem noção de que é nos primeiros dias do ano, abarcados pela "semana de contenção", que decorre um conjunto de procedimentos inerentes à transição de um ano para o outro, como inventários, balanços, revisões de procedimentos, apenas para citar alguns dos mais óbvios, pelo que a perda desta semana, algo que não ocorre com concorrentes de outros países, pode revelar-se dramática.
Caso a descompressão tivesse sido menor, sem subordinação aos calendários eleitorais, neste caso ao das eleições autárquicas, a contenção agora não necessitaria de ser tão agravada, estando ainda disponíveis os recursos inerentes ao trabalho não presencial, evitando-se custos e o disseminar do vírus que se verificou nas últimas semanas.
Assim, tendo sido adoptadas as medidas epidemológicas que muitos especialistas consideram adequadas à situação actual, o facto objectivo é que chegamos a este ponto como consequência de uma gestão errada desta crise, incapaz de antever, de forma prudente e racional, que exige agora restrições muito mais penalizadoras para a economia do que seria necessário caso se adoptasse outra estratégia.
Há, no entanto, excepções, no respeitante a esta semana, por ser considerada por epidemologistas que este período pode revelar-se insuficiente para evitar a transmissão da infecção, sobretudo se tivermos em conta a forma como muitos portugueses prolongam estes dias, sendo certo que, sem aulas nem trabalho presencial, o retorno aos locais de origem pode demorar.
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