A desculpa repetida de que estamos diante de intenções e que em duas semanas pode haver alterações, apenas esconde a realidade, tentando justificar possíveis erros, sendo óbvio que, em circunstâncias normais, não havendo incidentes ou situações excepcionais, quem decidiu ir votar tem, na sua esmagadora maioria, o voto decidido e não o irá alterar.
Continuamos a reafirmar que existe um problema na selecção dos participantes, que constituiram a amostra, e que estes não são representativos do conjunto de eleitores a nível nacional, pela simples razão, previamente apontada, de que aqueles que se sentem de alguma forma condicionados, e tipicamente são-no por quem tem poder, mesmo que de forma meramente subjectiva, perferem não participar.
Assim, a amostra inclui um menor número de quem tem relações de dependência, e podemos aqui incluir desde funcionários cuja carreira depende da avaliação de um superior, que pode ser de nomeação política, quem necessita de apoios institucionais ou mesmo quem reside num meio pequeno onde existe um único empregador, conotado com uma dada força política.
Compreensivelmente, quem se enquadra nestas formas de dependência, e existem muitas outras, algumas das quais particularmente difíceis de estabelecer, terá uma maior propensão para evitar participar em sondagens, assumindo que esmagadora maioria não iria mentir quanto às suas reais intenções, as quais podem apenas ser reveladas no momento do voto.
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