Pouco conhecido, quase um absurdo conceptual ainda há algumas décadas, o fenómeno a que se deu o nome de estagflação, um misto de estagnação ou mesmo recessão e de inflação, terá consequências graves, impactando directa e indirectamente sobre os recursos económicos do país e no poder de compra das famílias, afectando de forma muito substancial os mais vulneráveis.
A evolução das taxas de juro, que inevitavelmente vão aumentar, consumindo recursos, e o aumento de preço de muitos bens essenciais, que não serão compensadas pelo crescimento, que será virtualmente inexistente, é um cenário esperado e temido por muitos que, num pós pandemia, podem esperar uma nova vaga de pobreza que atingirá sectores de actividade, alguns distintos dos anteriormente afectados, mas que, por arrasto, tenderá a generalizar-se.
Mesmo afastados de um cenário de guerra, e podemo-nos considerar como tendo muita sorte apenas por isto, podemos estar diante do que muitos economistas designam por uma "tempestade perfeita", não sendo de excluir a escassez de bens de primeira necessidade, podendo ser implementadas formas de controle ou racionamento destes, o que, só por sí, não garante que fiquem acessíveis a todos, sobretudo quando se prevê que alguns aumentos ultrapassem rapidamente os 30%.
Neste cenário de escassez e de subida de preços, problemas que se arrastam, como o das alterações climáticas e a transição energética, efectuada de forma particularmente imprudente em Portugal, ganham especial relevo, introduzindo factores e condicionalismos que, para além de limitarem as opções disponíveis, irão sentir-se de forma mais aguda, numa altura em que fazer transitar recursos de uma área para outra se torna virtualmente impossível face à necessidade de acudir a todas as áreas afectadas.
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