Em primeiro lugar, é sempre de evitar extremos, seja o pânico que resulta de uma perspectiva catastrofista, seja a indiferença ou o optimismo excessivo, visões distintas mas que tendem a ter como resultado a inação, assumindo que nada mudou ou que estamos diante de uma incidência temporária que, por qualquer razão desconhecida, terminará sem consequências de monta, pelo que se voltará ao que podemos considerar como uma normalidade pós pandémica.
Efectivamente, muito mudou desde o passado 24 de Fevereiro, nas mais diversas vertentes, desde políticas a económicas, passando pela militar, afectando de forma colateral muitas outras, sendo certo que foi dado um passo sem regresso, e que o Mundo, mais uma vez, mudou repentinamente e continuará em convulsão até ser estabelecido um novo equilíbrio, cujos contornos ainda são desconhecidos.
Podemos criar cenários, desde os piores, e esses, de tão terríveis, pouco justificam que se elabore sobre estes, dado que pouco restará para analizar, aos mais favoráveis, que passam pelo estabelecimento de acordos que terminem a guerra e originem uma nova ordem mundial, com países a sairem beneficiados, outros prejudicados, resultando numa hierarquização que passa pelo estabelecimento de novas relações, provavelmente com os protagonistas a estabelecer novas alianças estratégicas que, certamente, deslocarão e concentrarão os centros de decisão.
Numa perspectiva razoável, o cenário mais provável será o prolongar desta crise durante meses, com a guerra a assumir contornos mais estáticos, mantendo-se um nível de atrito elevado, pelo que as perdas em termos de número de combatentes, diminuindo, continuará elevada, mas com maior desgaste nas populações civis, retidas em cidades cada vez mais isoladas e desprovidas de meios de subsistência, tentando abandoná-las em combóios humanitários que enfrentarão dificuldades acrescidas.
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