segunda-feira, junho 20, 2022

Pedrogão Grande, uma tragédia esquecida - 2ª parte

Tendo em conta que apenas 52 segundas habitações, de entre perto de um milhar que foram destruídas, foram reconstruídas, muitos terão sido aqueles que se afastaram defenitivamente desta zona, cada vez mais desertificada e empobrecida, à espera de uma nova tragédia, e que conta cada vez menos para o mapa político, o que tem como consequência a ausência de investimento, não obstante as promessas feitas.

Assim se compreende que, com a excepção mencionada, e sabendo que a a Presidência da República não tem responsabilidade directa na resolução deste conjunto de problemas, o poder executivo tenha primado pela ausência, apenas representado a nível de secretaria de Estado, evitando assim ser confrontado com questões para as quais, obviamente, não tem resposta, podendo apenas recorrer às desculpas habituais, eventualmente reproduzindo as que foram utilizadas para justificar o caos no Serviço Nacional de Saúde.

Pedrogão passou a ser, cada vez mais, um motivo de embaraço, já que vergonha é algo que parece ausente na classe política, pelo que o silêncio que agora rodeia esta tragédia espelha bem a falta de responsabilização típica em Portugal, sendo manifesto que, mesmo nos noticiários, este é um assunto que perde importância, relegando-o para um quase esquecimento, o que premeia quem faltou às suas responsabilidades e à palavra dada.

Assim se compreende que, com a excepção mencionada, e sabendo que a a Presidência da República não tem responsabilidade directa na resolução deste conjunto de problemas, o poder executivo tenha primado pela ausência, evitando assim ser confrontado com questões para as quais, obviamente, não tem resposta, podendo apenas recorrer às desculpas habituais, eventualmente reproduzindo as que foram utilizadas para justificar o caos no Serviço Nacional de Saúde, e que já não surpreendem ninguém.

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