Enquanto se continuar a considerar este tipo de fenómenos naturais como excepcionais, dificilmente serão introduzidas alterações que mitiguem os impactos, nem os investimentos adequados nos meios de socorro, sendo quase certo de que nos defrontaremos com as habituais desculpas que vão desde a falta de sorte à imprevisibilidade do ocorrido, passando por uma alegada impossibilidade de ter uma defesa eficaz e sem esquecer os habituais métodos para adiar decisões, que, tipicamente, passam pela nomeação de comissões de peritos cujos relatórios são rapidamente esquecidos.
Temos a convicção de que este tipo de fenómeno irá ser mais frequente a breve prazo, com tendência para aumentar de intensidade, o que implica adoptar medidas preventivas, aceitando que os residentes de Lisboa, sobretudo os que habitam perto do rio ou nas encostas próximas irão sofrer as consequências deste tipo de tornado e necessitam de prevenir os potenciais impactos, para o que a acção das conjunta das entidades oficiais e da comunidade científica é essencial.
Esperar pelo momento em se passe da excepcionalidade para a normalidade para enfrentar o problema, algo que, infelizmente, é típico entre nós, como forma de adiar investimentos e situações de potencial conflitualidade, que irão, inevitavelmente existir quanto interesses e direitos de alguns forem sacrificados em prol do bem comum, só vai agravar as consequências e dificultar a apresentação de um plano adequado e uma solução eficaz, por vezes inviável face à pressão dos acontecimentos.
Provavelmente, só após uma tragédia o poder político irá prestar atenção a este tipo de fenómeno, e a outros que são cada vez mais frequentes, mas, tal como sucedeu com os fogos de 2020, quase certamente, após uma primeira fase de choque, bem recheada de promessas, iremos experimentar a intemitência e o adiamento até que o nível de danos e a existência de vítimas condicione de forma efectiva os decisores políticos.
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