A ocorrência de 440 óbitos no dia de Natal e de 470 no dia seguinte são números particularmente elevados, os mais elevados do ano, e ocorrem numa altura em que os serviços de atendimento hospitalar estão particularmente sobrecarregados, com longas esperas, em condições muito defecientes, e impossibilidade de atender atempadamente todos os que recorrem aos serviços de saúde.
Os convívios da época natalícia, o tempo frio ou a gripe, podem encontrar-se entre as causa que afectam, sobretudo, quem tem mais de 70 anos, tal como a falta de qualidade da habitação e o relativo fracasso da campanha deste ano da vacinação contra a gripe, mas estes números, que devem ser analizados de forma mais geral, são preocupantes.
Não obstante ser complexo e poder levar a resultados incorrectos fazer análises individuais de cada dia, dado que podem carecer de um enquadramento mais alargado, é inegável que estes números são alarmantes, sobretudo porque sendo dias sucessivos e valores crescentes num período em que o Serviço Nacional de Saúde enfrenta grandes dificuldades e nos encontramos ainda em plena época festiva, é possível que esta situação se agrave.
Entre as mensagens de tranquilidade do Ministro da Saúde, desconexas da realidade, e as de extremo pessimismo de alguns médicos, que transmitem um alarmismo dispensável e que não traduz a verdadeira realidade de uma medicina de catástrofe, algures estará a uma situação verdadeiramente grave, com efeitos que podem ser devastadores, mas que ainda não levou ao colapso do sistema, não obstante os elevadíssimos números de óbitos.
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