Independentemente das reacções e de números isolados, algo é indesmentível, o sistema de saúde público em Portugal, apesar dos aumentos de investimentos, não funciona de forma adequada, e o anúncio de novas verbas sem mudanças estruturais é a solução dos preguiçosos e incompetentes, que nem se apercebem que gastar mais e obter piores resultados apenas atesta a sua própria incapacidade.
A prometida melhora para Janeiro, altura em que a bolsa de horas extraordinárias dos médicos é posta a zero, o que permite voltar ao habitual sistema de serviço extra para compensar as lacunas em pessoal, a seguir ao ano com maior número de aposentações, irá, certamente, atenuar o problema temporariamente, mas, quando este recurso se esgotar, o que pode acontecer antes de metade do ano, muito possivelmente em Abril ou Maio, teremos de volta a situação actual, que ocorre cada vez mais cedo em termos de calendário.
A desculpa dos efeitos da Covid, que parece ser constante para tudo, desde a saúde ao ensino, para além de inconsistente, quando comparando os efeitos noutros países europeus, revela uma completa disfuncionalidade, uma óbvia incapacidade de reconhecer o óbvio e de assumir responsabiliades por uma política fracassada, escondida atrás de justificações e anúncios cujo efeito para as populações é nulo, o que é bem patente quando se observa a realidade que está diante de todos.
Esperamos por mais dados, com maior detalhe, que permitam analizar o porquê desta mortalidade, que abrange vários dias, pelo que não é uma excepção ou anomalia pontual, como disse o Ministro da Saúde, sendo certo que resulta de uma combinação de factores, alguns destes naturais ou imponderáveis, mas, eventualmente, haverá causas que resultam de factos objectivos, que resultam de decisões ou omissões e, portanto, foram adicionados ao conjunto com base numa escolha que terá sido errada.
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