Se, por um lado, indivíduos sem escrúpulos promovem esta actividade, explorando trabalhadores indefesos e aos quais não são reconhecidos direitos, seja laborais, sejam os mais básicos, inerentes à condição humana, por outro está a ser colocada em risco a sustentabilidade do sector, que deixando de ser compensador para os condutores nacionais, abandonam esta profissão.
Desta forma, expulsos os condutores nacionais, que, independentemente do seu desempenho, tinham as habilitações legais para esta actividade, com título de condução válido, curso de formação e domínio da lingua portuguesa, uma boa parte dos substitutos, para além dos problemas de comunicação, representa um perigo para a circulação rodoviária, potenciando o número de acidentes, incluindo aqueles que têm consequências mais graves.
A dificuldade de muitos destes condutores em entender a língua nacional, e mesmo o inglês, levanta sérios problemas no seguimento das indicações do GPS, que quase todos utilizam para se orientar numa cidade que desconhecem, o que significa que grande parte da atenção recais na navegação, do que resulta uma muito menor atenção à condução, sendo normal as manobras bruscas e não sinalizadas quando se apercebem tardiamente da necessidade de mudar de direcção, mas, também, da entrada em contra-mão ou em sentido proíbido.
Por outro lado, a excessiva, por vezes desumana, carga laboral, com condução durante longos períodos e descanso em condições indignas, que não permitem um efectivo repouso, bem como uma alimentação deficiente, seja pela quantidade, seja pela qualidade e pelos largos períodos de jejum, aumentam substancialmente o risco de acidente, algo a que todos estamos sugeitos caso trabalhassemos nestas condições.
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