Distinguir um vídeo gerado por inteligência artificial de um gravado de forma convencional, sendo possível observando pequenos detalhes, ou mesmo questões de enquadramento e de conteúdo, não é imediato e não está ao alcance de todos, exigindo um conjunto de conhecimentos e, sobretudo, empenho e algum tempo para uma análise em profundidade, o que, sabemos, não ser uma prática generalizada, do que resulta o acreditar em algo que, sendo ilógico e contrário ao ditado pelo senso comum, terá adeptos.
É nesta conjuntura que uma entidade independente e credível, dotada de meios técnicos e humanos adequados, é absolutamente essencial, sem o que os pareceres emitidos levantarão o mesmo tipo de suspeitas previamente gerados pelos elementos analizados, entrando-se, muito facilmente, no campo da disputa, onde, havendo dúvidas, as convicções falam mais alto de que a razão.
Com a actual composição e o tipo de acordos estabelecidos, a CNE não oferece as condições de isenção que são exigíveis para que as suas decisões ou pareceres nesta área sejam acolhidos e aceites pela maioria dos eleitores como credíveis, isentos de uma inclinação partidária o que, só por sí, é o suficiente para contaminar conteúdos, por muito rigorosa que tenha sido a análise que os origina, resultando não apenas na sua inutilidade, mas no seu uso como arma de arremesso.
Desde há muito se diz que "à mulher de César não basta ser honesta", e este é um caso ao qual tal é aplicável, porque as aparências são relevantes, por vezes essenciais como forma de assegurar isenção e seriedade, sendo que neste caso concreto, independentemente dos méritos e das competências dos envolvidos, muitas serão as dúvidas que surgem, tornando difícil aceitar os seus pareceres, sobretudo quando existem forças políticas para quem o pântano é o campo de batalha ideal.
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