sexta-feira, novembro 01, 2024

Cheias em Valência - 1ª parte

As cheias que recentemente se verificaram em Valência, como resultado de uma depressão isolada a níveis altos, um fenómeno meteorológico conhecido, tiveram como consequência uma precipitação de 445.4 litros por metro quadrado, um valor altíssimo, que excede em muito todos os que ocorreram em Portugal, tiveram consequências trágicas, ainda por contabilizar.

Este fenómeno ocorre quando uma massa de ar polar frio a uma altitude entre os 5.000 e os 9.000 metros se separa do fluxo atmosférico e entra em contacto com uma massa de ar tropical, quente e húmido à superfície, com o choque de pressões a originar chuvas torrenciais e trovoadas.

Ao contrário do que alguns possam pensar, esta não é uma situação excepcional, salvo na dimensão, acontecendo no Mediterrâneo, tipicamente anualmente, mas teve este ano consequências particularmente graves, sobretudo em Valência, mas também na Andaluzia e noutras regiões espanholas, resultando em numerosas vítimas, incluindo-se aqui muitos desaparecidos, bem como avultados danos materiais.

No entanto, existem outros factores que contribuiram para esta tragédia, que pode ser atribuída parcialmente a circunstâncias excepcionais ou ao aquecimento global, mas que tem outras causas, algumas resultando, objectivamente, de decisões quanto ao ordenamento do território, tomadas há muito, mas cujas consequências, na sua verdadeira dimensão, só agora se verificam.

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