quinta-feira, junho 26, 2025

Verificar sem testar - 2ª parte

Continuamos a desconhecer se houve uma testagem real, não apenas a verificação documental dos componentes e, eventualmente, do processo de montagem e da certificação da empresa que procedeu à instalação dos vários elementos que dão origem a um veículo deste tipo, mas a omissão de qualquer menção a um exame mais profundo tende a corresponder, na maior parte dos casos, à ausência deste procedimento.

O facilitismo vigente em Portugal, dispensando tarefas necessários e o dispêndio de verbas inerente, que muitas vezes decorre da falta de meios e da urgência na conclusão dos processos, muitas vezes sob forte pressão política, representa um perigo a todos os níveis, neste caso, não apenas para os ocupantes destas viaturas, mas para quem depende delas em termos operacionais e para as populações que estão a ser protegidas.

Este é um país que vive, sobretudo, de teorias, que, ao deparar-se com um problema, legisla ou regula, ao invés de implementar as disposições legais existentes e, menos ainda, verificar o seu cumprimento, onde um simples papel, mesmo que com um conteúdo bem elaborado, substitui acções e se permite viver numa espécie de realidade alternativa ou num mundo imaginário onde os problemas desaparecem fruto da mera vontade de os resolver.

Apesar de, para muitos, o acidente ocorrido em Janeiro estar esquecido, a gravidade do que aconteceu, bem patente nas fotos de uma estrutura de protecção que devia ser indeformável e proteger quem se encontrasse no seu interior, obriga-nos a voltar a este assunto, dado que existe o receio de que, num acidente semelhante, com rolamento do veículo, que esperamos nunca aconteça, possa resultar em mais vítimas.

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