quarta-feira, julho 09, 2025

Vender o helicóptero antes de o comprar - 2ª parte

Mais uma vez, o helicóptero não aterra junto do hospital de destino, aterrando no aeródromo de Cernache, pelo que uma nova ambulância é mobilizada para efectuar o transporte até ao Hospital de Coimbra, num processo complexo, moroso, incómodo, dispendioso, incluindo-se aqui no respeitante a todo o pessoal mobilizado, e muito ineficiente, resultando numa demora incompatível com a segurança do paciente.

É de notar que, dependendo do trajecto escolhido, a distância entre a Covilhã e Coimbra fica perto dos 140 quilómetros, podendo ser percorrida em duas horas, eventualmente menos num veículo de emergência e durante a noite, quando existe menos tráfego, pelo que todo o método de transporte é, no mínimo, questionável.

Caso os helicópteros do INEM estivessem operacionais, tal como o contrato exige, o helicóptero baseado em Viseu, muito mais ligeiro do que os da Força Aérea, teria podido aterrar no Hospital da Covilhã ou no próprio local do acidente, o que encurtaria o tempo de transporte para hora e meia, resultando num socorro que, dependendo de vários factores e na melhor das hipóteses, seria apenas marginalmente mais rápido do que caso efectuado por ambulância.

Naturalmente, a decisão de evacuar um doente por terra ou por ar depende de vários factores, não apenas do tempo de transporte, mas o número de transferência de um meio para outro deve ser reduzido na medida do possível, mantendo-se igualmente, salvo excepções, o acompanhamento por parte da mesma equipa médica.

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