sexta-feira, setembro 12, 2025

A culpa é do protocolo? - 4ª parte

O próprio protocolo, que admitimos ser razoável há alguns anos, antes do grande afluxo de turistas a Lisboa, devia acompanhar a nova realidade do elevador da Glória, cuja utilização mudou de forma muito substancial, sendo um dos ícones da cidade, com todas as consequências que daí resultam em termos do desgaste dos componentes submetidos a um maior esforço.

Nestes últimos anos, a utilização do elevador da Glória alterou-se substancialmente, com mais de 3.000.000 de passageiros por ano, correspondendo a quase 10.000 por dia, o que representa um aumento do número de passageiros transportados, com os elevadores a transitarem com a lotação perto do máximo durante toda a extensão do horário, algo que não sucedia há um par de décadas, altura em que apenas no início da manhã e final da tarde havia um grande fluxo de passageiros.

Acompanhar as mudanças com mudanças no protocolo, introduzir novas verificações, mudar componentes, facilitar acessos ao sub-solo, adicionar novos componentes a nível de segurança, é absolutamente essencial, não apenas no conjunto de elevadores de Lisboa, mas de um conjunto de meios de transporte antigos que, por questões relacionadas com o turismo e a imagem da cidade, continuam a operar.

Quase certamente, o elevador da Glória, renovado e com outras condições de segurança, voltará a circular, uma vez terminadas as reparações, mas esta cicatriz irá demorar a sarar, e, dependendo das conclusões da investigação, será um símbolo da incapacidade de adaptar um meio de transporte clássico à realidade moderna, implementando as alterações necessárias e assegurando a segurança de passageiros e de todos quantos circulam nas proximidades.

Sem comentários: