Tal situação remete-nos, inevitavelmente, para a questão demográfica e a impossibilidade de solucionar o problema na origem dos fogos rurais sem que esta questão esteja ultrapassada, a menos que, como sugeriu sarcasticamente um anterior comandante da Protecção Civil, se opte por asfaltar o Interior do País, algo que, naturalmente, apenas salienta a falta de alternativas a uma solução estrutural.
Infelizmente, entre demagogos e populistas, que dispensam reflexões profundas, para as quais não estão preparados ou capacitados, e face ao longo período necessário para implementar mudanças de fundo, incompatívei com calendários eleitorais e ambições pessoais, a possibilidade de encontrar uma solução estrutural perde-se, substituida por medidas conjunturais que não passam de meros paliativos, eventualmente necessários, mas que esvaziam o erário público com um retorno efémero e virtualmente insignificante.
Sempre afirmamos que é impossível resolver problemas estruturais com soluções conjunturais, sendo óbvio que, perante um processo de erosão do Interior conhecido há quase um século, e lembramos que foi em 1936 que foi criada a Junta de Colonização Interna, dependente do Ministério da Agricultura, e que visava fomentar a actividade agrícola, com apoio do Estado, que fornecia habitação, infraestruturas e terrenos, o que torna impossível uma solução imediata e sem custos elevados.
Enquanto os dirigentes políticos não assimilarem a realidade, essencial para entender a complexidade do problema e a impossibilidade de o resolver com os habituais paliativos, iremos continuar a ver dinheiro público a ser derramado sobre um problema, cuja complexidade escapa à maioria, que parece incapaz de reconhecer as causas reais, difíceis de corrigir, enquanto soluções reais e efectivas são sistematicamente adiadas.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)










Sem comentários:
Enviar um comentário