terça-feira, março 30, 2010

INEM dispensa 95 enfermeiros - 3ª parte

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Uma ambulância dos bombeiros e médica do INEM

A recusa de alguns técnicos de ir a locais mais remotos, eventualmente percorrendo o trajecto ou parte dele em circunstâncias difíceis, como durante a noite ou com mau tempo, é exemplo dos problemas que contribuem não apenas para uma degradação da imagem do socorro, e concretamente do INEM, mas também para a sensação de falta de segurança e abandono de diversas populações mais afastadas dos grandes centros urbanos.

Sabemos que muitas povoações ficam virtualmente isoladas durante o Inverno, ou que, não estando, circular nas vias de acesso implica riscos acrescidos, os quais devem ser devidamente equacionados, mas a predisposição de um profissional de carreira para enfrentar estas dificuldades é, na sua maioria, superior à de um contratado a prazo que, independentemente da sua vocação, tendencialmente não demonstrará o mesmo empenho e espírito de sacrifício.

Acresce ainda que, enquanto um profissional após uma deslocação morosa ou que envolva algum risco terá muito mais possibilidades de sucesso, justificando assim o esforço, do que quem possua menor formação e tenha, portanto, uma menor probabilidade de exito, aliando uma sensação de inutilidade à de risco.

A dispensa de enfermeiros experientes e a admissão de técnicos contratados por meio ano, independentemente das suas capacidades e por muito eficaz que seja a supervisão, resulta numa efectiva diminuição da capacidade operacional do INEM, sendo de nos interrogarmos de o valor poupado pela instituição não será inferior ao que a sociedade pagará em consequência desta decisão, traduzido na perda de vidas humanas ou na diminuição da capacidade de recuperação de algumas vítimas.

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