Um incêndio florestal em Portugal
Decorre daqui que a actual posição do comando da ANPC era insustentável e a sua substituição inevitável, podendo-se mesmo acrescentar que esta criou condições favoráveis para que tal acontecesse com as declarações prestadas pelo comandante nacional, e que permitem que responsabilidades de terceiros sejam facilmente imputadas à Protecção Civil.Desta forma, mesmo os evidentes problemas estruturais, que vão desde o ordenamento do território até aos meios disponibilizados como consequência de um orçamento restritivo, passando pela falta de prevenção, foram secundarizados, acabando por ser a ANPC responsabilizada por tudo quanto de negativo aconteceu, mesmo quando se trata de factores que lhe são completamente alheios.
Também o poder político, a nível central e autárquico, consegue assim afastar de sí responsabilidades, concentrando-as na ANPC, a qual, não estando isenta de culpas, deveria partilhá-las com todos quantos estiveram envolvidos e contribuiram de forma negativa para que este época de fogos terminasse com balanço francamente negativo.
Nesta vertente, a substituição do presidente da ANPC, que fora nomeado por um Governo de outra orientação partidária, e que implica confiança política, era de esperar desde a tomada de posse do actual executivo, sendo este um procedimento normal em Portugal, e que pouco ou nada tem a ver com a competência de quem exerce este tipo de funções que incluem representação.
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