É manifesto que Lisboa se encontra desertificada, faltando jovens, cujos recursos impedem de adquirir veículos recentes, e que se vêm privados de um meio essencial para quem, por exemplo, necessita de transportar crianças para uma escola antes de iniciar o seu dia de trabalho e recolhê-las antes do regresso a casa, algo que, para quem tem mais que um filho, é virtualmente impossível recorrendo a transportes públicos.
Por outro lado, os mais idosos não encaram a possibilidade de trocar de veículo, cujo valor, em virtude desta medida da CML, caiu vertiginosamente, assumindo que aquele que possuem será utilizado enquanto poderem conduzir, tendo muitas vezes a necessidade de se deslocar a zonas agora restritas utilizando o meio de transporte de que dispõe, sobretudo quando as condições climáticas mais rigorosas ou os horários tornem o recurso aos cada vez mais escassos transportes públicos inadequado ou mesmo impossível.
Estamos, obviamente, perante uma decisão de legalidade mais do que discutível, que previlegia quem tem maiores recursos e pode usufruir de veículos mais recentes, mas, sobretudo, que tem um impacto imprevisível, e que nem foi sequer estudado, em diversos sectores de actividade, nas vidas dos munícipes, e em quem visita uma cidade cujas vis se encontram em estado lamentável, os quais podem ser autuados pelo incumprimento de normas que desconhecem, sem com isso proporcionar uma vantagem quantificavel e, menos ainda, corresponder aos anseios da população.
Infelizmente, este vergonhoso processo, sobretudo sendo dirigido por quem anseia vir a dirigir o País, demonstra a incompetência e superficialidade com que são tomadas decisões políticas, sem ter em conta nem os interesses, nem as vontades das populações, sem base em estudos ou análises e sem prever o impacto destas e menos ainda os efeitos colaterais, ilustrando bem a forma como o País foi levado ao lamentável estado em que se encontra actualmente.
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