O esforço para manter quente uma habitação, sobretudo quando de menor qualidade ou cuja manutenção foi descurada, algo demasiadamente comum entre nós, implica recursos cujo acesso é interdito a um cada vez maior número de residentes em Portugal, incidindo, obviamente, sobre aqueles que, por possuir menos recursos, se encontram numa situação de maior vulnerabilidade e mais necessitarão de apoio social e cuidados médicos.
Muitos destes, são aqueles que, sem encontrar alternativa nos centros de saúde, muitos dos quais encerrados a bem de uma suposta reordenação da rede de cuidados primários, congestionam os serviços de urgência hospitalares, impossibilitando o atendimento atempado daqueles cuja situação clínica implica, em exclusividade, o acesso a cuidados especializados.
Não é difícil de prever um maior afluxo aos serviços de urgência, pelo que o reforço antecipado de meios, dotando as equipas do número de elementos adequados a um aumento do número de atendimentos, bem como o estabelecimento de linhas de rectaguarda, aliado a alterações de horário dos serviços que, numa perspectiva local, possam efectuar o despiste de situações menos complexas, podem evitar, pelo menos parcialmente, algumas das lamentáveis cenas a que temos assistido em muitos estabelecimentos de saúde.
Também não pode deixar de ser equacionada a possibilidade de, nas áreas mais afectadas pela neve e pelo gelo, aumentar o número de acidentes rodoviários, enfrentando o socorro as dificuldades inerentes às condições de transitabilidade e, possivelmente, a impossibilidade de recorrer a meios de evacuação aéreos.
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