Na origem, não obstante tudo o que se pode alegar, mesmo que a origem é criminosa, pode estar, efectivamente algo de anormal, mas a propagação rápida das chamas e o avanço até zonas habitacionais resulta directamente do estado da floresta portuguesa, da escassa ou nenhuma manutenção de espaços rurais e vias de acesso e do não cumprimento de disposições legais, que determinam faixas em redor de estradas e habitações.
Naturalmente, é bem mais simples, e rende maior simpatia, apontar para culpas externas, incluindo factores de alguma imprevisibilidade, entres os quais pode ser incluída a acção humana numa vertente criminal, mas o facto é que, numa zona devidamente ordenada e cuidada, os fogos quase se extinguem por sí, como resultado da falta de material combustível no espaço a que são confinados.
Neste caso, estiveram presentes vários dos factores que se irão repetir neste Verão, com predominancia para os problemas de acessibilidade e da falta de trabalhos a nível de prevenção, de onde decorrem vários dos restantes, compondo um cenário de extremo perigo, não apenas para as populações e respectivos haveres, mas sobretudo para quem participa nas operações de combate aos fogos, os quais podem ficar isolados e cercados pelas chamas, tal como sucedeu num passado recente.
Sabendo-se, e têmo-lo repetido, que a Natureza funciona por ciclos, e lembrando as frases recentes do Professor Xavier Viegas, este Verão assinalará um marco, integrado num processo repetitivo mas que, efectivamente, parece não ser devidamente analisado, pelo que situações como as que se viveram em 2003 e 2005 ou 2011 e 2013, poderão facilmente suceder.
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