Existe ainda uma vertente política, não negligenciável em ano de eleições, as quais se realizam perto do termo da época mais crítica em termos de fogos, onde a campanha deste Verão poderá, infelizmente, vir a servir de arma de arremesso eleitoral, numa troca de argumentos e acusações que apenas visam instrumentalizar quem luta para evitar que o País arda, sem que daí resulte um esforço no sentido de resolver um conjunto de problemas que atravessam diversos governos, sem que nenhum os tenha solucionado.
Naturalmente, que uma análise baseada no maior ou menor sucesso do combate, que envolve um conjunto largo de imponderáveis, resulta limitada, sem responsabilizar efectivamente quem criou os cenários que condicionam efectivamente o desenrolar das operações, os quais resultam de causas estruturais as quais, abordadas de forma sectorial, evitam uma catastrófica panorâmica de conjunto onde rapidamente surgem culpados.
Todo o desenrolar da campanha deste Verão, caso esta se revele complexa ou mesmo trágica, terá impacto no resultado das próximas eleições, pelo que, mesmo perante restrições orçamentais, e apenas por motivos eleitorais, admitimos que os Kamov, se não todos, pelo menos quatro deles, venham a participar no combate aos fogos, mesmo que de uma forma limitada, fazendo assim esquecer a negligência com que todo o processo foi tratado durante meses.
No entanto, independentemente da sua disponibilidade e do seu desempenho, os Kamov, tal como os AS350B2, adquiridos na mesma altura, ou o aluguer dos Beriev Be-200, são apenas reflexos da obscura história do combate aos fogos em Portugal, onde a EMA e o sistema de protecção civil, bem como a respectiva tutela, são efectivamente os grande protagonistas e os responsáveis por uma das facetas mais ocultas e impenetráveis da vida nacional.
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