O aumento do número de ignições e da área ardida, que este ano é superior à média dos últimos anos, sendo algo que está em linha com todas as probabilidades, como consequência do comportamento da Natureza e da falta de prevenção que se verificou e da escassez de alguns meios, não tem tido grande impacto a nível noticioso, nitidamente preteridos face a notícias consideradas como de maior audiência.
Sabemos que, para muitos, muito erradamente, os incêndios são um problema sectorial, que apenas afecta um conjunto limitado da população portuguesa, e cujo efeito na economia é negligenciável, sobretudo quando comparado com alguns eventos internacionais, pelo que o interesse incide, essencialmente, no aspecto humano ou na espectacularidade das chamas.
As causas dos fogos são diversas, tal como a criação de condições e cenários propícios à sua ocorrência, pelo que a elaboração de notícias tem que ser objectiva e criteriosa, evitando especulações, alarmismos ou a típica falta de rigor que pode encaminhar os espectadores na direcção errada, levando-os a tirar conclusões que em nada correspondem à verdade.
A opção de controlar as notícias dos fogos, como forma de evitar comportamentos que seguem exemplo criminosos, tentando assim reduzir o número de crimes de incendiarismo, é conhecida, mas torna-se necessário distinguir, e separar, o relato dos factos, das imagens, sobretudo quando incluem filmagem das operações e, o que é mais grave, o desespero das populações.
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