No início do ano prescreveram os direitos de autor do "Mein Kampf", o livro ditado por Adolf Hitler ao seu secretário durante o período que passou na prisão de Landsberg após o golpe falhado de Munique, pelo que a publicação desta obra é hoje mais simples, deixando de implicar a inclusão de um prefácio explicativo, condenando o regime nazi, bem como o pagamento de direitos ao Estado da Baviera, o que agiliza em muito todo o processo.
Dificilmente uma obra poderá ter um impacto maior no estabelecimento objectivo do conjunto de princípios que determinam a ideologia nazi do que o "Mein Kampf", e da sua leitura atenta sobressaem as diversas motivações racistas, políticas e ideológicas que orientaram uma governação cujas consequências são conhecidas.
Ler este livro, conhecer os fundamentos de um regime que praticou crimes que vão para além do imaginável, será a melhor forma de evitar que um processo complexo e sinuoso, por vezes de difícil de explicar e mais ainda de entender, seja deturpado pela ignorância e renasça, eventualmente sob uma forma ou aspecto onde as principais diferenças não se encontram nos conteúdos.
O "Mein Kampf" não é um livro convencional, é um extenso panfleto, insistente e repetitivo, onde se mistura um reduzido conjunto de ideias muito básicas, que servem de base a diversas variações e extrapolações, que se torna perigoso face à simplicidade dos princípios primários, revelações de carácter messeânico e na força resultante da própria repetição de conceitos, mesmo que sob diferentes formas, mas que visam um mesmo fim.
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