No fundo, o pensamento contido num volumoso livro poderia ser expresso ou resumido num pequeno opúsculo, de tal forma é repetitivo, centrando-se continuamente no mesmo foco, razão pela qual a leitura se torna difícil, cansativa e fastidiosa, correndo-se o risco de, face ao cansaço, a filtragem se tornar menos exigente ou rigorosa, perdendo-se perspectiva crítica, talvez o porquê de tão pouca substância ocupar tantas páginas.
Neste caso concreto, estamos perante uma edição anotada por David Cameron Watt, um historiador de renome que, em 1969, decidiu publicar uma versão onde confronta o texto com o enquadramento e a realidade histórica, desmentindo diversas afirmações constantes do livro e contextualizando outras.
Em 1991, face a novas descobertas, Watt reviu as anotações constantes da edição original, integrando as descobertas efectuadas desde a primeira edição, sendo esta versão a que consta dos dois volumes agora publicados pela Sábado nos dias 14 e 21 deste mês.
Ao preço habitual da revista, acrescem 2.90 Euros, num total que, tratando-se de uma tradução completa e anotada do "Mein Kampf", é um preço acessível para uma obra polémica, de nível literário mais que discutível, que constitui um forte alerta para os perigos da ignorância e da omissão.
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