É de realçar que, face a números que se aproximam, um conjunto reduzido de ocorrências com um impacto substancial, como, por exemplo uma meia dúzia de acidentes com diversas vítimas, que podem, só neste pequeno conjunto ultrapassar as duas dezenas de fatalidades, altera substancialmente o resultado final, mas tem uma explicação completamente diferente caso o mesmo aumento resulte de um elevado número de acidentes com escasso número de vítimas.
Com um total de vítimas mortais que, sendo importante, resulta de escassas centenas de acidentes, só mesmo o estudo de cada ocorrência permite obter uma imagem real das causas deste aumento, não bastando atribuir a responsabilidade a um ou outro factor, ou conjugação destes, de forma abstrata, sendo exemplo disso expressões como "manobra perigosa" ou "excesso de velocidade", muitas vezes conjugada com outras como "ingestão de bebidas alcoólicas" ou "sonolência".
Se bem que este tipo de expressão traduza parte da realidade, só resultam num acidente quando todo um conjunto de factores concorrem para um desfecho trágico, e é do detalhe de todo este conjunto e da forma com interagem entre sí, única em cada ocorrência, que se podem obter conclusões e, eventualmente, tomar medidas no sentido de reduzir o número de acidentes.
Factor essencial neste tipo de análise é o acompanhamento a nível do processo hospitalar, não apenas porque todos os óbitos ocorridos nos 30 dias subsequentes e resultantes do acidente devem ser contabilizados, mas também para averiguar se alguma morte pode ser imputada a erros, falhas ou limitações ocorridas durante o socorro ou mesmo em meio hospitalar, como uma intervenção tardia resultante de escassez de meios, falhas de coordenação ou deficiências de comunicação.
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