Colocar de baixa pode ser a solução mais natural, mas os riscos resultantes da inactividade no seguimento de um trauma no exercício da própria profissão ou desta decorrente, são elevados e o controle e acompanhamento dificultados pelo afastamento em relação a colegas que se podem constituir como apoios essenciais pode resulta na perda de referências, sensação de abandono e ausência de perspectivas de vida.
O facto de o trauma ter ligação com o exercício da profissão assume uma extrema gravidade, sobretudo quanto esta é uma carreira e um projecto de vida, que, subitamente, parece impossível de concretizar ou prosseguir, sendo que, pela sua especificidade, as alternativas são, numa perspectiva imediata e na situação crítica corrente, quase inexistentes.
Não obstante a especificidade da carreira militar, podem-se estabelecer paralelos com outras actividades, sobretudo aquelas que são exercidas profissionalmente e nas quais o risco esteja presente, e cuja impossibilidade de exercer compromete não apenas a vida profissional, mas todo um projecto de vida, podendo afectar negativamente todo um núcleo familiar.
Profissões exercidas por vocação, ou espírito de missão, implicam um tipo de dedicação e concentração que dificilmente permite equacionar algum tipo de alternativa, mesmo que existentes, pelo que a renúncia a esta se traduz num completo caos e na perda de referências internas, evoluindo tanto mais rapidamente quanto menor a maturidade de quem enfrenta este tipo de situação.
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