Não foram apenas os incêndios, que se prolongam com intensidade pelo mês de Setembro, que mantêm viva esta triste realidade, mas também a demissão do Presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), em consequência de mais uma decisão relacionada com os helicópteros Kamov.
Enquanto decorre o inquérito, e se esperam possíveis consequências, reforça-se a ideia de que a questão dos meios aéreos envolve negócios particularmente escuros, com contornos imperceptíveis, onde o traço dominante é o prejuízo para o erário público, que prescinde de somas importantes para alugar um serviço que, na conjuntura actual, se revela como essencial.
A preponderância dos meios aéreos, face à necessidade de atacar fogos em zonas inacessíveis, que são cada vez mais frequentes, com especial incidência para áreas protegidas, em muito contribuiu para que a sua operação e manutenção, considerada essencial, viesse a justificar pagamentos elevados, mesmo que como resultado de concursos muito pouco claros, nalguns casos, com manifesto favorecimento de empresas específicas, às quais foram facultados dados antes dos restantes concorrentes.
Não nos espanta que a questão dos meios aéreos e a herança da extinta Empresa de Meios Aéreos (EMA) continuasse a fazer vítimas, sendo quase certo de que os inquéritos resultarão em processos judiciais, tal o prejuizo para o Estado que resultou de um modelo de gestão e de negócio absolutamente incompatível com a realidade nacional e com a condução da empresa.
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