sábado, outubro 15, 2016

Lisboa, cidade fechada - 14ª parte

Se o incumprimento é sempre criticável, a opção de quem concebeu este esquema de circulação é-o muito mais, devendo ser responsabilizado pelos inconvenientes causados, que se juntam a tantos outros que se tornam cada vez mais evidentes e deviam ter sido previstos por que planeou o ordenamento do tráfego e, manifestamente, tomou opções erradas que devem ser apreciadas pelas autoridades competentes.

Mesmo tendo a percepção de que o objectivo é evitar o tráfego numa zona residencial, sobretudo quando usado como atalho por parte de quem não a tem como destino final, as opções revelam-se extremamente penalizadoras e ignoram a realidade que resulta de um agrupamento escolar no centro do bairro, do que resulta, inevitavelmente, o tráfego resultante do transporte de alunos, seja pelos pais, seja por parte de empresas especializadas.

Obviamente, a escassa largura das vias após as obras, só por sí, dificulta de tal forma a circulação que um reduzido número de alterações no ordenamento do trânsito, nomeadamente nas franjas do bairro, concretamente nos arruamentos mais periféricos, usados como atalhos, seria o suficiente para reduzir o tráfego no interior do bairro, prejudicando menos quem, como os residentes ou quem se desloca aos estabelecimentos de ensino, precisam de recorrer aos respectivos veículos.

Com o aproximar das chuvas mais intensas, todos os problemas se vão agravar, numa combinação perigosa, para a qual as autoridades policiais estão desatentas, enquanto a edilidade, responsável pelo que consideramos um autêntico crime, agem como se nada tivessem a ver com o caos que o seu absurdo plano criaram e para cujas consequências não encontram qualquer solução.

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