Os quase 10 milhões de Euros que o Governo agora anuncia são, naturalmente bem vindos e essenciais, dependo a sua valia, como em tudo, da forma como forem investidos, seja na escolha dos meios a substituir, seja na selecção das novas viaturas e do seu equipamento, dado que este tipo de processo no Estado nem sempre prima pela transparência, nem pelo rigor da selecção.
No entanto, o mais grave, e que dificilmente será analizado e contabilizado, serão os atrasos nas missões de socorro e as consequências destes para os socorridos, que terão recebido os necessários cuidados médicos tardiamente, com tudo o que isso pode implicar na sua recuperação ou sobrevivência, para além do sofrimento inerente a estas situações.
Sabendo que muitos serviços de saúde foram encerrados no pressuposto de que a emergência médica podia, de alguma forma, reequilibrar a situação, a falta de meios do INEM surge com uma muito maior gravidade, comprometendo seriamente a segurança dos residentes nos meios rurais, mais afastados dos grandes centros urbanos, e que dependem cada vez mais de um sistema de socorro eficaz como única forma de alcançar um local onde possam receber os cuidados médicos necessários.
Ao tentar poupar em ambas as vertentes, no socorro e nos meios hospitalares, sobretudo nos centros de atendimento permanentes, dos quais muitos encerraram, é a segurança das populações que fica em risco, com o Estado a quebrar compromissos que resultam da sua própria natureza e incumbências, traindo a confiança dos seus cidadãos.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário