quarta-feira, junho 28, 2017

Incêndio no túnel do Marão - 4ª parte

Havendo redundância nas comunicações, os riscos são menores, mas a impossibilidade de intervenção física, accionando componentes, como portas que permitam passar de um túnel para outro, bem como as dificuldades de uma análise remota quando os sensores e outros equipamentos são afectados, seja por avaria, seja pela diminuição da performance, necessitam de ser reequacionados, mesmo tendo em conta as sempre presentes questões financeiras.

Adicionar componentes extra de segurança tem, percentualmente, um valor baixo face aos custos de exploração e, mesmo reflectido nos utilizadores, implica um aumento marginal do preço, pelo que será no equilíbrio entre a necessária rentabilidade e o assegurar toda a segurança possível que um compromisso deve ser alcançado, com a participação dos vários intervenientes, entre estes aqueles que têm a responsabilidade de intervir em caso de acidente.

Algo que parece óbvio, mesmo antes da conclusão do inquérito, é que houve procedimentos de segurança que não foram seguidos, nomeadamente interditar ambas as galerias de imediato, tal como previsto no plano de emergência, ou o atraso na activação de meios da GNR, demonstrando que existem procedimentos a rever e que a falta de um simulacro, previsto para o Verão de 2016 e adiado por indisponibilidade de meios, na altura empenhados no combate os fogos, se faz sentir.

Espera-se que o relatório venha lançar luz sobre o que correu menos bem e sobre a polémica localização do centro de controle de tráfego e que as lições decorrentes deste incidente, que felizmente teve poucas consequências, sejam rapidamente aplicadas nos túneis rodoviários existentes em Portugal.

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