Sem grandes resultados práticos, num auditório pleno de vozes críticas, técnicos da Câmara Municipal de Lisboa, sem acompanhamento de qualquer eleito, tentaram responder, de forma mais ou menos satisfatória, a numerosas questões sobre as obras realizadas no Bairro do Arco do Cego e que, cremos, ainda irão ser revistas.
Talvez a expressão "vocês deram cabo do nosso bairro", pronunciada logo no início da sessão, seja a que, de forma mais sucinta, exprime o que parece ser o sentimento colectivo dos presentes, para quem a reparação das vias e passeios degradados e a manutenção de equipamentos existentes, com a introdução do mínimo de modificações possível, seria o cenário mais adequado à realidade de um bairro com muitas especificidades.
E na verdade parece consensual que o bairro está hoje muito pior, em tudo menos a nível da qualidade de vias e passeios, com o experimentalismo camarário, numa ânsia de testar novas soluções num local onde o fracasso destas e a penosidade para os residentes tenha escassas consequências eleitorais, tem levado de um desaire a outro, com uma substancial degradação da qualidade de vida dos residentes, relativamente aos quais a Câmara manifesta uma completa indiferença.
Da reunião resultam poucas certezas, para além do consenso dos moradores e da incapacidade da autarquia em dar explicações aceitáveis ou a assumir responsabilidades pelo desaire, num misto de indiferença e arrogância, patente na afirmação dos técnicos que dizem ser eles os especialistas, pelo que o que os moradores vivem e sentem, manifestamente, está errado, sem dúvida proveniente de alguma realidade alternativa.
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