As falhas do SIRESP, um sistema que, pela sua importância no socorro e na segurança deveria oferecer garantias de funcionamento, mesmo nas situações mais críticas, estarão, para sempre, ligadas aos trágicos acontecimentos de Pedrogão Grande e a todos quantos aí perderam a vida.
Podemos sempre interrogarmo-nos quanto à relação de causalidade directa entre as falhas no SIRESP e as mortes que então ocorreram, mas da impossibilidade de uma prova definitiva não pode resultar qualquer tipo de complacência ou tolerância face a um problema que consideramos da maior gravidade.
Pela sua natureza e propósito, o SIRESP deveria ser imune à maioria dos problemas ou falhas que afectam uma rede de comunicações comum, e, caso tal acontecesse, teria que possuir a redundância e capacidade de reposição de serviços que, mesmo que com alguma perda de desempenho, inerente a um circuito secundário, mantivesse o essencial das funcionalidades.
Esta redundância e capacidade de recuperação automática manifestamente não existe, e os tempos de intervenção, independentemente do esforço e competência dos operadores, é incompatível com uma situação de crise, podendo-se apontar como exemplo as mais de 12 horas necessárias para que o SIRESP voltasse a ficar operacional durante os recentes fogos florestais.
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