Temos, portanto, falhas cuja extensão está por detalhar, e cujas consequências dificilmente serão apuradas, que decorreram antes das mortes ocorrerem, sendo justo interrogarmo-nos quanto à ligação entre a indisponibilidade temporária do SIRESP e situações como o encaminhamento de automobilistas para a EN 236-1 ou a morte de um bombeiro na sequência de uma acidente rodoviário e da impossibilidade de resgate subsquente.
O reconhecido caos vivido nas primeiras horas do incêndio de Pedrogão Grande, com o avanço das chamas e a demora em equacionar correctamente todos os problemas e aspectos de uma ocorrência desta dimensão, bem como as falhas de coordenação verificadas, mesmo que havendo falhas de comando, poderão ter sido potenciados pela falta de informação ou pelo atraso da sua transmissão, dificultando a apreensão de uma visão de conjunto e o seu seguimento em tempo real pelos comandantes no terreno.
Num período crítico, mesmo a intermitência assume contornos da maior gravidade, bastando que tal implique sucessivas demoras, imobilizando recursos essenciais ou impossibilidade de coordenação no momento, perdendo oportunidades e acrescendo o risco suportado por todos quantos, mesmo que não envolvidos nas operações, estão presentes nas áreas atingidas, factos que apontam no sentido de responsabilizar efectivamente o SIRESP, mesmo quando possam surgir dificuldades em apontar factos concretos.
A entrada em modo local como consequência da interrupção da ligação por fibra óptica coloca o SIRESP, em termos da sua operacionalidade, num nível muito baixo, com vulnerabilidades ao nível de uma simples rede comercial, perdendo em termos de funcionalidades, com uma oferta de serviços incompatível com os dias de hoje e que cada um de nós recusaria na altura de fazer um contrato.
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