Objectivamente, não conhecemos nenhum utilizador particular que aceitasse utilizar um equipamento de comunicações que não permitisse o uso de dados, bem como o conjunto de funcionalidades e interacções daí resultantes, prescindindo assim das vantagens que, pela sua disseminação, são hoje em dia consideradas como essenciais e, em casos de emergência, como podendo decidir entre a vida e a morte.
No entanto, enquanto utilizadores do SIRESP, esta resignação parece ser comummente aceite, privados de um conjunto de funcionalidades que podem salvar vidas em caso de perigo, como o recurso a uma videochamada, o envio de um mapa digital e de uma rota de fuga ou imagens e diagramas capazes de ilustrar situações complexas, para citar apenas alguns exemplos particularmente evidentes.
Portanto, tal como consta de reflexões anteriores, temos que equacionar se, independentemente da fiabilidade, as funcionalidades do SIRESP justificam investir numa plataforma que fica muito aquém do que exigimos no dia a dia e para as situações mais comuns, longe de emergências ou dos perigos de um teatro de operações, onde cada detalhe assume uma importância incalculável.
Não podemos deixar de considerar que, do ponto de vista probabilistico e face ao sucedido, da falha do SIRESP advieram consequências graves, eventualmente perda de vidas humanas, mas também temos que nos interrogar se esta rede, em pleno funcionamento, ofereceria as funcionalidades adequadas e compatíveis com as exigências dos dias de hoje, essenciais para um socorro eficaz, sem o que, um futuro investimento, tal como previsto, será um desperdício de recursos que deviam ser investidos numa solução mais moderna e fiável.
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