Esta "lei da rolha" para utilizar uma expressão muito usada para designar esta ordem, transmitida aos comandantes regionais por correio electrónico, tem como justificação a necessidade de estes se concentrarem no comando das operações, sem perderem tempo precioso com a comunicação, para a qual, manifestamente, nem todos estarão vocacionados ou preparados.
A recente mudança de diversos comandantes regionais por quem não frequentou as acções de formação na área da comunicação e prestou declarações que, na óptica do poder político, seja directo, seja pela sua extensão na ANPC, foram consideradas inoportunas, como as que comprometem o desempenho do SIRESP, mas também as que revelam problemas de coordenação ou de meios, estará na origem desta opção pelo controle da informação.
Numa altura em que a confiança no sistema de socorro e no dispositivo de combate aos incêndios se encontra fortemente afectado, uma ordem que tem como efeito a percepção de ocultação e diminuição da transparência, só pode ser prejudicial para quem combate as chamas e, consequentemente, para as populações que se visa proteger e que esta decisão vem colocar num risco acrescido.
As declarações do comandante dos voluntários de Gouveia no passado dia 19, depois dos incêndios que atingiram o concelho e alastraram para o de Fornos de Algodres, demonstra não apenas a contestação existente, mas a necessidade de manter as populações informadas, como forma de as alertar, de promover acções de auto defesa e, no limite, de as preparar para abandonar zonas em risco, algo que tem sido feito com frequência através da comunicação social.
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