É manifesta a falta de visão estratégica com que, desde há muito, se abordam os problemas inerentes aos incêndios florestais, com cada governante, seja o responsável por uma das vertentes, sejam aqueles que meramente se pronunciam, sem responsabilidade directa, a opinar de forma muitas vezes leviana e contraditória.
Existem alguns padrões que visam esconder que em Portugal se encontra a maior área ardida de Europa comunitária e é quatro vezes superior à de Espanha, onde as condições climatéricas são similares, propondo-se pseudo-soluções que apenas desviam atenções, aparentando que existe alguma reflexão, sem que efectivamente as propostas tenham conexão com a realidade nacional.
Propostas como colocar os bombeiros na prevenção, de forma semelhante ao que fazem sapadores florestais, esquecendo o seu estatuto de voluntário e a necessidade de desempenhar outra profissão, que efectivamente lhe dá o sustento, ou simplesmente trocar eucaliptos por outras espécies, ignorando que estes, quando devidamente ordenados, tal como acontece nas zonas geridas pelas grandes empresas madeireiras, ardem menos que outras espécies em pequenos terrenos particulares são exemplos conhecidos.
Cada uma destas propostas, e muitas outras que têm sido feitas, mais equivalem a meras intenções face à impossibilidade prática de concretização, revelam a impreparação de quem as faz, procurando um imediatismo que poderá ter algum impacto positivo nas eleições que se avizinham, mas que, face ao absurdo do conteúdo, rapidamente serão esquecidas.
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