Dois anos após ter partido, as saudades desta pequena gatinha permanecem, tal como as numerosas recordações que deixou, fruto de um conjunto de características muito invulgares, algumas delas quase inexplicáveis, como a necessidade de passar de um quarto da mesma casa para outro pelo exterior e não pelo corredor que as une, e que nos leva a pensar até que ponto conhecemos estes amiguinhos, mesmo quando lidamos com eles diariamente.
Distante e um pouco desconfiada para com os seres humanos, uma característica essencial para os gatos de rua, mas terna com que conhecia, a Princesinha era extremamente autónoma, dando longos passeios e fazendo as suas sonecas em quintais, onde a exposição ao Sol lhe garantiam calor e um descanso sossegado.
Sem muitos amigos felinos, para além do "Pirata" e da sua própria família, apenas tolerante face à presença do Nhec, que sempre tentou uma aproximação, a Princesinha nunca foi verdadeiramente uma gata doméstica, revelando inicialmente pânico e posteriormente incómodo quando todas as janelas estavam fechadas, impedindo-a se sair, mesmo que essa não fosse a sua intenção de momento.
Considerada como uma das mais belas gatinhas das redondezas, com um pelo ímpar, sedoso e macio, foi inesquecível o momento em que turistas japoneses queriam pagar para a fotografar quando se encontrava a descansar no seu vaso favorito, no pequeno quintal de uma moradia cujos proprietários aceitavam a presença de uma amiguita algo esquiva, mas permanentemente alegre e simpática.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário