Sem reforço, seja pela contratação de meios, seja pela sua mobilização, e sem o respectivo pré posicionamento, na ausência de um alerta adequado e de um plano preparado para a eventualidade de, tal como efectivamente sucedeu, a situação evoluir rapidamente no sentido de um alastrar rápido e descontrolado das chamas, estava criado o cenário que deu origem à tragédia que conhecemos.
Considerado por alguns como uma forma de resignação, ao sugerir que o combate estaria votado ao insucesso, é um facto que em muitas situações, mesmo uma opção defensiva dificilmente resultaria, mas tal não implica que tivesse sido feito tudo o que era possível e menos ainda que o sucedido tenha sido completamente inevitável em toda a extensão das suas consequências, nem o relatório visa a desresponsabilização dos principais intervenientes.
Aliás, é bem vincado que as populações foram, em grande parte, abandonadas à sua sorte, sendo certo de que a observação de um calendário administrativo rígido e a manifesta vontade de evitar gastos teve consequências devastadoras, sendo óbvio que foi a opção de reduzir custos que resultou na falta de cuidados no Pinhal de Leiria, quase inteiramente devastado pelo fogo, tal como sucedeu com outras áreas pertencentes ao Estado e que, igualmente, não se encontravam adequadamente cuidadas, não cumprindo o que a legislação impõe.
Certo é que, segundo este relatório, só a chuva, que começou a cair no dia 17, evitou que a tragédia continuasse, com uma simulação a apontar para a possibilidade de, caso se tivessem mantidas as condições climatéricas adversas, a área ardida nestes incêndios tivesse sido o dobro daquela que se verificou.
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