A tragédia vivida nos últimos dias na Grécia, cuja extensão total ainda não foi avaliada no momento em que este texto é escrito, tem uma óbvia semelhança aparente com a que se viveu em Portugal no ano passado, mas revela-se mais complexa, sintetizando a situação do incêndio de Pedrogão Grande e os grandes incêndios de Outubro de 2017.
Em Portugal, apesar de alguma similitude em termos do número de vítimas, a tragédia de Junho, localizada e com circunstâncias climáticas extremas, e a de Outubro, que abrange uma extensa área, com uma maior dispersão e abrangência, devem ser abordadas de forma distinta, seja em termos de causas, passando pela forma de propagação e pelo combate e terminando nas consequências, sendo óbvias as diferenças entre ambas as situações.
No caso grego, a existência de tragédias muito localizadas, com semelhanças ao sucedido em Pedrogão, a que se adicionam os problemas inerentes a uma dispersão por largas zonas, alguma delas de muito difícil acesso, num cenário que, por vezes, lembra os grandes incêndios que ocorrem na Califórnia, resulta num cenário de extrema complexidade, face ao qual todos os meios parecem escassos, mesmo quando reforçados por forças internacionais.
Manifestamente, face a um cenário destes, o combate parece praticamente impossível, pelo que a incidência dos esforços será na protecção das populações e, quando possível, dos seus bens, apontando-se, naturalmente, para causas estruturais, como o ordenamento do território e a prevenção, que, conjuntamente com efeitos climáticos, determinam as condições que propiciam ou não a propagação das chamas.
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