quarta-feira, agosto 15, 2018

Monchique 2003-2018 - 4ª parte

Também a forma como as entidades oficiais se dirigem às populações, não raramente anunciando sucessos, ou induzindo as populações a acreditar nestes quando ainda podem estar longe de se concretizar, e durante o processo acarretar situações particularmente graves, a ausência do primeiro-ministro, que opta por se manter afastado, não interrompendo as férias ou o remeter para responsáveis políticos de segunda linha o anúncio de más notícias, são tudo menos benéficos, contribuindo para a desconfiança na tutela política.

Sendo cedo para analizar o comando e coordenação das operações no terreno, onde a presença do comandante Vaz Pinto, anteriormente substituído como consequência do seu desempenho nos fogos de 2013, na serra do Caldeirão, teve papel essencial, temos que reconhecer que existem muitas dúvidas quanto à forma como foi orientado o combate, sendo absolutamente essencial que estas sejam prontamente esclarecidas.

A forma como os meios de socorro actuaram em Monchique, em consequência das orientações recebidas, e portanto excluindo a responsabilidade dos operacionais, tem sido criticada e o facto de o comando transitar do nível distrital para o nacional, independentemente das justificações, indicia que haveria falhas reconhecidas pela hierarquia o que, no fundo, seria a confirmação das declarações de diversos operacionais e da sensação geral.

Com o tempo serão feitas as contas aos prejuízos, que incluem numerosas casas e edificações, veículos, uma extensa mancha florestal e de produção agrícola, sendo sempre difícil de calcular a sua projecção no futuro, pela perda de rendimentos directos e indirectos numa zona onde o turismo é relevante e que, nos próximos anos, pode ser bastante afectado pela destruição resultante destes fogos.

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