No fundo, é como se alguém, que fornece um serviço essencial, como antigamente distribuir o pão numa aldeia, para poupar o dinheiro de um cadeado, deixasse a bicicleta na rua, e, quando alguém a levasse, se dispensava de prestar o serviço contratualizado, e para que é pago, deixando os clientes passar fome, e obrigasse esses mesmos clientes a comprar uma bicicleta nova, sob pena de não retomar o serviço, algo que a todos nos parece imoral mas que, segundo a legislação em vigor, será inevitável.
Podemos, justamente, interrogarmo-nos quanto ao poder de uma empresa energética, capaz de vergar o poder político, em numerosos governos, e, consequentemente, qual a força das instituições, que sistematicamente, em várias legislaturas protagonizadas por diferentes partidos políticos, sempre cederam perante todas as exigências, mesmo as que mais comprometiam o interesse nacional, sem nunca tomar medidas adequadas, não obstante a complexidade que estas possam assumir e a conflitualidade que venham a gerar.
Assim, e para recorrer a este caso concreto, para além da vulnerabilidade directa, temos um impacto substancial no todo nacional na economia e nos cidadãos, igualmente vulneráveis face à imposição de pagar danos de quem não se soube proteger, situação que penaliza duplamente todos aqueles que já sofreram prejuízos directos como consequência do mau tempo.
Não são apenas os factores climáticos que tornam este país particularmente vulnerável, são igualmente as atitudes de muitos e a legislação proposta por alguns, que satisfazem uma clientela ainda menor, mas que impõe condições, substitui governantes, condiciona deciões, bloqueia leis ou estabelece políticas que apenas tornam o país mais frágil.
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