As cedências face aos mais diversos interesses, a incapacidade de negociar contratos extremamente lesivos para o interesse público, mesmo havendo a possibilidade legal de o fazer, a demissão de quem tenta desmontar todo um sistema que a todos prejudica são exemplos, tal como a paralisia legislativa ou a qualidade dos contratos e das leis, onde o Estado acaba sempre prejudicado, suportanto os riscos enquanto os particulares obtêm lucros astronómicos.
O mau tempo apenas veio revelar fragilidades, algumas das quais vão passando desapercebidas, embora insidiosamente presentes no dia a dia, e cujo impacto é dificil de calcular, por implicar não apenas um elevado custo, mas uma enorme perda de valor, não apenas nos custos de conjuntura e de operação, mas na falta de iniciativa que é paralisante para a economia nacional.
Este tipo de fragilidades e vulnerabilidades estruturais, que tragédias naturais ou provocadas pela mão humana acentuam, são permanentes, e da sua invisibilidade não resulta um menor impacto na vida nacional, condicionando decisões, controlando legislação, determinando nomeações e exonerações, no fundo, permitindo gerir um país sem qualquer tipo de legitimidade ou escurtinio público, como se de um governo-sombra se tratasse.
A fragilidade de Portugal não reside, primariamente, nas estruturas físicas, por muito vulneráveis que estas sejam, e sabemos o quão fracas são, mas num conjunto de atitudes submissas por parte de quem tem o dever de defender o interesse colectivo, e que, não o fazendo, cria as condições objectivas para que, ao primeiro sopro de vento ou quando as primeiras chamas surgem, o que aparentava solidez se desmorone, arrastando numerosas vítimas e causando prejuízos incalculáveis que, no final, serão pagos por todos.
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