Ao excluir-se da estrutura da ANPC, e portanto deixando de aceitar ordens dos comandos distritais, os bombeiros deixam todo o dispositivo de combate aos fogos e o próprio sistema de socorro, tal como o conhecemos, abalado e sem recursos adequados, numa situação completamente insustentável e que irá, no final, mesmo chegando-se a um acordo, irá deixar feridas abertas e um clima de desconfiança permanente.
Manifestamente, o Governo não sabe lidar com estruturas de voluntários, por um lado pela sua independência e autonomia face ao poder central, formal e instituido, por outro por não entender qual o tipo de reconhecimento a que estes aspiram, e que, por não serem pagos, se centra essencialmente na gratidão e no respeito, o que exclui relações onde a prepotência impera, sendo que neste caso há um imediato repúdio e afastamento.
As ameaças por parte do ministro da Administração Interna, considerando ilegal as decisões da LBP, garantindo que o Governo assegura a segurança dos portugueses, enquanto ameaça os bombeiros com processos na justiça será a mais inadequada neste tipo de caso, sabendo-se que os voluntários podem, a pedido e sem consequências para os próprios, abandonar o voluntariado, provocando, neste caso concreto, problemas muito graves.
O facto de os diplomas não estarem aprovados pelo Conselho de Ministros é fraco, sabendo-se que não será neste orgão, onde a maioria dos presentes pouco conhece o assunto com a profundidade para avaliar a legislação proposta, pelo que poderá, no limite e por razões políticas, adiar uma decisão, sem introduzir as alterações sugeridas pela LBP.
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