De resto, os erros não foram corrigidos, e nem sequer nos vamos debruçar sobre o processo de reconstrução, que merece uma análise separada, mas que ajuda a melhor entender o papel de cada um nesta tragédia e, caso provados em tribunal, nos crimes conexos e subsquentes, pelo que a responsabilidade da autarquia e dos seus responsáveis é inegável e iniludível, concretizada na persistência de erros que estiveram na origem dos trágicos eventos que todos conhecemos.
Junto da estrada 236, onde tantos perderam a vida, e em cujo pavimento ainda é possível encontrar marcas das viaturas que aí arderam, e onde muitos ocupantes perderam a vida, a vegetação cresce de forma desordenada e perigosa, sendo a principal diferença face à altura dos fogos a ausência de árvores de maiores dimensões, algo que, caso nada seja feito voltará a fazer parte do cenário.
Em termos de segurança, é visível que, após algumas acções iniciais, naturais após uma tragédia, aquilo a que se pode chamar normalidade, nomeadamente a ausência de trabalhos de manutenção ou acções de prevenção, impôs-se novamente, ainda sob o mandato daqueles que hoje são arguidos de um processo onde a sua conduta prévia está em causa e que, manifestamente, nada aprenderam com o sucedido.
O não assumir de responsabilidades, a negação das evidências, as desculpas que variam entre o ridículo e o absurdo, o escudar-se atrás de subordinados, são repetidos até à exaustão enquanto desmentidos pelas evidências a que já hoje há acesso ou pelas inúmeras reportagens que expoem claramente o essencial, mesmo que muitos dos detalhes ainda sejam desconhecidos ou, no limite, nunca venham a ser provados.
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