Falar num calor anormal para a época parece fazer cada vez menos sentido, já que as variações de temperatura, bem como o seu aumento ao longo dos últimos anos, são factos conhecidos e confirmados pelos dados recolhidos pelas várias estações meteorológicas, pelo que não podemos encarar tal situação como sendo uma surpresa ou algo que, de tão invulgar, não pode sequer ser previsto, mas antes a suposta anormalidade que, nos dias de hoje, de tão normal, se transformou em regra.
O incêndio em Gaia, que chegou a ter três frentes activas, ou Oliveira de Azemeis, com quatro frentes e onde houve falta de água, são exemplos deste tipo de ocorrência que rapidamente se aproximam de áreas residenciais, mas outros casos existiram, obrigando, inclusivé, à evacuação de um estabelecimento de ensino e corte de vias rodoviárias, demonstrando que, de forma imprevisível, o rápido alastrar das chamas obriga a montar operações complexas.
Com mais de 500 operacionais envolvidos e o recurso a meios aéreos, num País onde já há distritos em "alerta amarelo", mas onde a falta de chuva e a perspectiva de problemas no abastecimento de água surgem, neste momento, como bastante mais alarmantes e de solução mais complexa do que o problema dos incêndios, pode-se começar a meditar no tipo de problemas que surgirão durante o Verão e a possibilidade de necessitar de dispor de meios para combater as chamas e fornecer àgua às populações.
Este tipo de ocorrência perspectiva um pouco o que podemos esperar quando o tempo aquecer, depois de um Inverno com muito pouca pluviosidade, sendo certo de que, em ano de eleições legislativas, depois das tragédias que conhecemos, o esforço para reforçar o dispositivo de combate será substancial, certos de que um insucesso no combate teria um efeito político com consequências pesadas nos resultados eleitorais.
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