quarta-feira, julho 03, 2019

Informação sobre sinistralidade rodoviária continua por revelar - 1ª parte

Apesar do aumento da mortalidade resultante da sinistralidade rodoviária, com os números de 2018 a representar um aumento de 9% face ao ano anterior, os dados continuam por revelar, pelo que, para além dos números, falta a informação que permita analizar o porquê desta inflexão de uma tendência que se sentia até 2016.

Estes dados, ainda por disponibilizar, permitiriam, por exemplo, tipificar acidentes, estabelecer locais de maior perigo ou determinar perfis de condutores mais propensos a comportamentos de risco, fornecendo informações essenciais para combater um aumento que contraria uma tendência que se manteve muitos anos e que a melhoria das vias de circulação e da segurança dos veículos devia reforçar.

Naturalmente, este é um assunto delicado, com implicações políticas, pelo que a ausência de informação corresponde a uma tentativa de abafar uma evolução muito negativa em termos de números mas que, dependendo da realidade que estes traduzam, e aí toda a informação é necessária e relevante, pode apontar para alguns responsáveis como estando na origem desta situação.

Em abstracto, apenas os números, mesmo que negativos, não implicam necessariamente erros de decisão ou insuficiência de meios, podendo a responsabilidade ser mais facilmente diluída, inclusivé pelas vítimas, mas sobretudo por uma realidade imprecisa e difusa onde as sensações e a tristeza se sobrepoem à racionalidade, a qual, sem dados concretos, fica sem grandes possibilidades de desenvolver um pensamento consistente.

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