É, pois, num cenário particularmente adverso, onde os níveis de fadiga sobem rapidamente, antes do verificado em anos anteriores, sob uma pressão acrescida, que se efectua o combate aos fogos, sendo previsível que o número de acidentes, como resultado de um conjunto de vulnerabilidades e do menor discernimento provocado pela fadiga aumente, levando a erros ou decisões menos acertada.
Entre as consequências do cansaço, para além de uma avaliação da situação menos correcta, encontra-se a precipitação de quem sabe que não pode prolongar o esforço durante um período prolongado e vai tentar encurtar o tempo de acção, mesmo que isso implique riscos acrescidos que, efectivamente, poderão ser menores do que um prolongamento excessivo da acção e do perigo resultante de uma fadiga excessiva, seja a nível decisional, seja para a saúde dos operacionais.
Embora só os inquéritos, inevitáveis em caso de morte, e, infelizmente, entre o início da publicação deste conjunto de textos e o dia de hoje, faleceu mais um bombeiro, que ficara gravemente ferido durante o combate ao incêndio em Castro Verde, elevando para quatro o número de bomberios mortos desde o início desta fase de combate aos fogos, possam determinar com maior exactidão o sucedido, estamos diante de um número anormalmente elevado de vítimas mortais.
Mesmo sabendo que um simples conjunto de oscilações, onde um conjunto de coincidências podem pesar estatisticamente, o aumento do número de vítimas parece-nos anormalmente elevado, sobretudo por se concentrar num período muito curto e, tendo em conta que a fase mais crítica de combate aos fogos começou há pouco tempo e se vai prolongar durante mais três meses, quase certamente até ao final de Outubro, mesmo que com uma intensidade mais reduzida durante este mês, a probabilidade da ocorrência de novas fatalidades é alta, de acordo com os indicadores actuais.
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