Neste caso concreto, a ocorrência verificou-se num local onde ocorreu um incêndio, portanto com acessibilidades condicionadas, um condições ambientais perigosas, e sem possibilidade de socorro imediato, obrigando a uma mobilização de meios que, pela sua especificidade, podem não estar imediatamente disponíveis, implicando demora no socorro efectivo e na chegada a um local onde a assistência possa ser prestada com a eficácia necessária.
Não podemos deixar de salientar que outras classes profissionais, igualmente sujeitas a grandes esforços ou a condições de trabalho particularmente pesadas, incluindo-se aqui não apenas outros agentes de socorro, mas também, por exemplo, os que trabalham na área da segurança ou ordem pública, e que neste período foram particularmente sacrificados, não terão sido controlados do ponto de vista da saúde, salvo os testes para o Covid, caso tenham sido expostos a este vírus.
Devemos ainda mencionar que, para além do controle da saúde física, a saúde mental merece uma especial atenção, dado o "stress" que um conjunto de actividades, sobretudo numa época difícil como esta, e tende a ser ainda mais negligenciada, completamente secundarizada ou mesmo esquecida, sem ter em conta que o perigo que tal envolve e a possibilidade, e probabilidade, de as consequências serem ainda mais gravosas do que as que decorrem de factores físicos.
Se antes da pandemia o controle de saúde de muitos profissionais, e aqui incluímos os bombeiros, mesmo que voluntários, já era escassa, actualmente parece aproximar-se ainda mais do inexistente, do que decorre um risco acrescido para quem já arrisca em demasiado num país onde todo um conjunto de decisões estruturantes continua a ser adiado, incluindo-se aqui as que têm implicações a nível do socorro ou do ordenamento do território.
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