Objectivamente, o número de actos médicos adiados, bem como uma menor afluência a consultas, demonstra bem que esta capacidade há muito foi excedida e que a gestão do sistema de saúde, restringindo o acesso, mesmo em casos graves, tem sido a forma de evitar uma ruptura que, infelizmente, parece anunciada, mas ignorada pelos decisores políticos.
O Governo decidiu, ainda, assumir o custo do Remdesivir até Março de 2021, que tem um custo por dose que pode rondar os 300 Euros, e tem sido usado no combate ao Covid-19, bem como a dispensa do pagamento de taxas moderadoras nos serviços de saúde primários.
Por outro lado, surgem estranhas excepções, como a autorização para que dezenas de milhares de pessoas assistam ao Grande Prémio de Fórmula 1, onde 30.000 espectadores, alguns acompanhados de familiares que não entrarão no autódromo, a manter-se, apesar de algumas restrições e da redução para um terço do número de presentes.
Assim, verifica-se que, havendo um interesse económico, a defesa da saúde pública, que fica em risco com um evento desta dimensão numa altura crítica e numa zona onde o atendimento médico tende a ser difícil, como acontece no Algarve, parece secundarizada, mantendo-se um compromisso de risco que, na verdade, nunca devia ter sido assumido e que indicia que Portugal apenas recebe este evento porque outros países, onde este ocorre habitualmente, o recusaram.
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